segunda-feira, 8 de junho de 2009

Menos radicais livres, mais vida



Alongar a vida é um dos sonhos da humanidade, mas são poucas as descobertas científicas que prometem realizar esse sonho. Um novo gene foi adicionado à lista dos genes que retardam o envelhecimento. O gene da catalase, quando colocado em camundongos, prolonga suas vidas em até 20%, o que equivale a um aumento de 15 anos na vida de um homem.
Se você já passou água oxigenada (H O) em uma ferida, você já viu a catalase em ação. Essa enzima quebra as moléculas da água oxigenada produzindo água e oxigênio. As bolhas de gás que se formam quando a água oxigenada entra em contato com a ferida é o oxigênio produzido pela catalase. A água oxigenada também pode dar origem aos chamados ''radicais livres'', moléculas muito reativas que atacam as proteínas e o DNA. Os radicais livres, juntamente com o oxigênio, matam as bactérias diminuindo o risco de infecção. É por isso que usamos água oxigenada para limpar ferimentos.
Se a catalase não estiver ativa, a água oxigenada não é decomposta e o oxigênio não é produzido. É por isso que a água oxigenada só remove manchas de sangue fresco. Se a catalase presente nos glóbulos vermelhos ainda está ativa, ela produz o oxigênio, que ataca o ferro da hemoglobina fazendo desaparecer o vermelho da mancha. O truque não funciona em manchas de sangue envelhecido, nas quais a catalase já perdeu a atividade.
A água oxigenada é produzida em pequenas quantidades em todas as nossas células. Faz anos que se postulou que os radicais livres formados a partir da água oxigenada poderiam atacar diversos tipos de moléculas causando o envelhecimento. Mas não existiam experimentos que demonstrassem que a remoção da água oxigenada leva a um retardar do envelhecimento.
Para testar essa idéia, os cientistas "construíram" um camundongo transgênico no qual colocaram o gene da catalase humana e forçaram sua síntese exatamente no local onde a água oxigenada é produzida. A idéia é simples: havendo catalase por perto quando a água oxigenada é produzida, ela é destruída rapidamente e os camundongos contendo o gene da catalase devem ter sua vida prolongada.
Para estudar os efeitos do gene da catalase, a população de camundongos transgênicos foi criada nas mesmas condições que os camundongos normais. Comparando as duas populações se observou que os camundongos normais morriam aos 25 meses, enquanto os transgênicos viviam 30 meses. Além disso, quando os cientistas examinaram o aparecimento de sinais de envelhecimento, como as cataratas, observaram que essas alterações demoravam mais para aparecer nos camundongos transgênicos. Esses resultados sugerem uma relação direta entre a presença de catalase e o aumento do tempo de vida dos animais.
O gene da catalase passa a ser o 9º gene capaz de retardar o envelhecimento em camundongos. É importante lembrar que, apesar de camundongos e homens serem muito parecidos, os resultados ainda não foram confirmados em estudos com pessoas. Não é interessante, e muito atual, pensar que se diminuirmos o número de radicais livres em nosso ambiente nossas vidas poderão ser prolongadas?

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Chocolate é bom para a saúde




Delicie-se com as descobertas científicas, que revelam: o alimento protege o coração, ajuda a prevenir o diabete tipo 2, reforça as defesas do corpo e ainda auxilia no controle do apetite.

Sua matéria-prima, o cacau, era considerada por maias e astecas o alimento dos deuses. Tamanha veneração talvez tenha se originado da dedução de que as sementes do fruto do cacaueiro escondiam diversas propriedades. Se eram realmente divinas, isso ainda carece de comprovação. No entanto, quase cinco séculos depois de os espanhóis enriquecerem o paladar europeu com um dos sabores do Novo Mundo, sobram evidências científicas de que o chocolate amargo, guloseima com um gosto peculiar justamente por ter maior teor de cacau na sua composição, promove uma série de benefícios para a nossa saúde.
Os resultados de uma das pesquisas mais recentes sobre esse chocolate confirmam que ele protege o coração. Realizado na Universidade Hospital Colônia, na Alemanha, o estudo revela que seu consumo rotineiro reduz os níveis da pressão arterial.O trabalho avaliou 44 pacientes entre 56 e 73 anos, pré-hipertensos ou no estágio inicial do problema. Durante 18 semanas parte deles consumiu 30 calorias diárias, ou 6,3 gramas de chocolate amargo, algo equivalente a um único pedaço de uma barrinha. Os demais participantes ingeriram o tipo branco.
Aqueles ínfimos 6,3 gramas da versão de gosto mais acre derrubaram a pressão que o sangue exerce sobre os vasos a máxima, ou sistólica, em 1,6 milímetros de mercúrio e a mínima, a diastólica, em 1 milímetro de mercúrio. Além disso, a prevalência da hipertensão problema que acomete cerca de 1 bilhão de pessoas no globo e é responsável por milhares de casos de infarto e derrame caiu de 86% para 68%.
A queda de cada 2 milímetros de mercúrio na medida da pressão máxima já diminui bastante o risco de morrer de AVC ou do coração, assegura o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. No estudo alemão, provou-se ainda que tudo isso pode se dar sem alterações no peso e nas taxas de açúcar e gordura na circulação.
O segredo do chocolate amargo está na altísssima concentração de certos flavonóides, como as catequinas, substâncias de nome estranho encontradas no cacau. São elas que agem nas artérias, promovendo a queda da pressão. Esses compostos elevam a produção de óxido nítrico, um vasodilatador natural, explica Malachias, que é diretor do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O endotélio, a camada interna das artérias, fica mais flexível. Assim, o sangue passa por ali gerando menos pressão, explica a nutricionista Vanderlí Marchiori, colaboradora da Associação Paulista de Nutrição.
Para que isso ocorra é preciso que o consumo do alimento seja diário. Bastam de 30 a 40 gramas, ou quatro quadradinhos daqueles tabletes grandes, recomenda Vanderlí. Ela dá outra boa notícia: o chocolate amargo não contribui para a subida do colesterol. Os polifenóis impedem a oxidação do LDL, o tipo ruim da gordura, explica. Eles seqüestram essa molécula, formando um complexo solúvel que é eliminado pela urina.
Uma pesquisa japonesa publicada no periódico americano Nutrition investigou o papel da procianidina, outro componente do chocolate amargo, no controle do diabete tipo 2. Roedores obesos e com o mal consumiram uma beberagem de cacau rica na substância. Passado um tempo, os níveis de açúcar no sangue dos bichos caíram. Segundo os pesquisadores, isso pode ter ocorrido porque as tais procianidinas melhorariam a eficiência da insulina, o hormônio que bota a glicose dentro das células.
"Esse tipo de suplementação preveniu o diabete em camundongos obesos", afirma à SAÚDE! Hirohisa Takano, um dos autores do trabalho. Pesquisas com o chocolate amargo cheio de flavonóides mostraram que a ingestão de 100 gramas diários poderia garantir o mesmo benefício aos humanos, algo que ainda requer mais evidências. Portanto, se você é diabético, é cedo para sair se empanturrando.
Na Espanha, uma pesquisa realizada na Universidade de Barcelona também focou sua mira nos flavonóides do cacau, mas dessa vez com o objetivo de avaliar sua ação no sistema imune de ratos jovens, principalmente em células do batalhão das defesas, como os linfócitos e os macrófagos. Os animais receberam uma dieta enriquecida com o alimento durante três semanas. Depois os especialistas chegaram à conclusão de que houve um aumento na atividade de certas áreas envolvidas com a imunidade.
Isso se verificou com maior intensidade no timo, órgão situado no tórax e responsável pela maturação dos linfócitos T, nossos guardiões contra vírus e bactérias. "Descobrimos também que o cacau protege os neurônios dos efeitos dos radicais livres", conta à SAÚDE! Emma Ramiro, líder do estudo. Mas e o chocolate com isso? Ele é feito com massa de cacau, onde se encontram os flavonóides do fruto, explica a pesquisadora. E repete o que todos os estudos já apontam: Dentre todos os tipos, o chocolate amargo é o que mais contém esse tipo de composto. Assim, ele é o único que pode ter um bom impacto na saúde.
Além de não deixar o organismo fraco e vulnerável, o alimento mantém o humor da gente em alta. Ele possui duas substâncias cujos nomes são uns verdadeiros palavrões: N-oleoletanolamina e N-linoleoiletanolamina. A dupla estabiliza as anandamidas, uma espécie de maconha produzida pelo nosso próprio cérebro. Isso faz com que a sensação de bem-estar proporcionada por elas dure mais tempo, explica Vanderlí Marchiori.
Sem falar na fenilalanina e na tirosina, dois aminoácidos que são precursores da noradrenalina e da dopamina, outra dobradinha envolvida no estado de felicidade natural. Quer motivo melhor para curtir esse sabor amargo? Bom apetite!

Fonte:http://saude.abril.com.br/edicoes/0290/nutricao/conteudo_255259.shtml?pag=3

Postado por:Nathália, Patrícia e Renata.


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